De acordo com o Decreto nº 10.306, de 2 de abril de 2020, a partir de janeiro de 2021, o Building Information Modelling (BIM ou Modelagem de Informações da Construção) deverá ser utilizado na execução direta ou indireta de obras e serviços de engenharia realizada pelos órgãos e pelas entidades da administração pública federal.
A proposta da Estratégia BIM BR é que a exigência do BIM nas compras do Poder Público seja feita de forma escalonada, para conferir tempo de adaptação ao mercado e ao setor público.
Assim, os prazos para implementação foram divididos em três etapas:
– A partir de janeiro de 2021: a exigência de BIM se dará na elaboração de modelos para a Arquitetura e Engenharia nas disciplinas de estrutura, hidráulica, AVAC e elétrica na detecção de interferências, na extração de quantitativos e na geração de documentação gráfica a partir desses modelos;
– A partir de janeiro de 2024: os modelos deverão contemplar algumas etapas que envolvem a obra, como o planejamento da execução da obra, na orçamentação e na atualização dos modelos e de suas informações como construído (“as built”), além das exigências da primeira fase.
– A partir de janeiro de 2028: passará a abranger todo o ciclo de vida da obra ao considerar atividades do pós-obra. Será aplicado, no mínimo, nas construções novas, reformas, ampliações ou reabilitações, quando consideradas de média ou grande relevância, nos usos previstos na primeira e na segunda fases e, além disso, nos serviços de gerenciamento e de manutenção do empreendimento após sua conclusão.
O uso dessa tecnologia vai beneficiar a Construção Civil. Os projetos serão melhor desenvolvidos e as construções terão mais qualidade. O setor sofrerá com menos desperdício e retrabalho, o que vai fazer com que o uso do recurso público envolvido seja melhor aproveitado.
Com essa ação, a expectativa é de uma redução de custo que pode chegar a 20%, de acordo com estudos contratados pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
O mesmo aconteceu na década de 1980, quando a tecnologia CAD (Computer Aided Design) veio ao Brasil. A transição não foi simples, mas hoje é possível perceber quão forte é sua utilização no mercado, depois que os profissionais da construção passaram por capacitação. No caso do CAD, ele permite apenas que se crie representações de elementos construtivos, e não uma simulação virtual completa da obra como é no BIM.